Quem tem uma sociedade empresarial sabe o quão difícil é esse relacionamento – pode ser mais difícil do que um casamento! Afinal, o sucesso financeiro de vocês estará intimamente entrelaçado ao sucesso da relação de ambos como sócios.
Portanto, saiba como ter um bom relacionamento com seu sócio:
Ter uma história de sucesso juntos antes de fundar uma sociedade empresarial é uma vantagem
Este pode ser um dos melhores alicerces garantidores de bons frutos futuros. Grandes parceiros de negócios – quase sempre – tiveram uma história prévia de trabalhar uns com os outros. Quanto mais próxima e longa for a jornada de parceria de negócio juntos, melhor!
Se encontrou um sócio promissor, mas ainda não tem uma trajetória firme com ele, então você deverá adquiri-la antes de partir para grandes negócios. Na ânsia de tirar seus projetos do papel, você pode tomar uma decisão precipitada. Mas é melhor adiar alguns meses seu projeto do que enfrentar problemas com sócios difíceis.
Então, como conhecê-lo melhor? Bem, muitos empresários comentem o erro de apostar na relação íntima, ou seja, conversas, jantares e outros problemas. Porém – acredite! – o relacionamento interpessoal pode ser bastante enganoso neste caso. Há pessoas com visões de mundo completamente opostas, mas serão ótimos sócios e vice-versa (no próximo tópico, exploraremos esse assunto melhor).
O ideal é começar trabalhando em pequenos projetos conjuntos ou, pelo menos, gastar muito tempo juntos lindando com negócios antes de formalizar uma sociedade.
Dica: antes de buscar sócios desconhecidos, pegue sua lista de ex-colegas de trabalho ou de faculdade e procure se algum está interessado em uma franquia de escola de línguas!
Procure por habilidades negociais complementares
A importância de trabalhar juntos vai além do falado no item anterior! Também é importantíssimo que você e seu sócio tenham competências e habilidades complementares. Por exemplo, se é um excelente comunicador e negociador, mas um péssimo gestor financeiro. Busque um sócio gênio nas finanças – mesmo que ele seja bastante tímido.
Em uma sociedade, as características do time importam mais do que as individuais. No início dos negócios, certamente, vocês terão muito – mas muito mesmo! – trabalho, pois há uma infinidade de questões a serem resolvidas, como:
- Burocracias de registro de firma;
- Estabelecimento de parcerias com clientes e fornecedores;
- Organização de finanças;
- Montagem de infraestrutura;
- Criação de uma campanha de marketing eficaz, etc.
Portanto, será essencial a divisão de tarefas! O trabalho será muito mais simples se ambos tiverem competências complementares, ao invés de um perfil muito semelhante. Você procura um sócio, e não um amigo (obviamente, se essa relação fluir, será também excelente).
Dica: reúna-se com seu sócio para elaborar um plano de ação, no qual vocês deixem claro suas melhores habilidades! Então, dividam as tarefas para ninguém se sentir sobrecarregado. Se não houver maiores problemas no planejamento, é muito provável que vocês se complementam. Agora, se houve brigas ou discussões frequentes, é hora de refletir se valerá a pena!
A visão de mundo dos sócios deve ser parecida ou pelo menos concordante
As habilidades devem ser complementares, mas a visão deve ser a mesma. Imagine uma empresa como se fosse um corpo humano. Não temos diversos órgãos, cada um executando uma função diferente? Então, por que eles funcionam harmoniosamente?
Porque eles têm o cérebro para coordená-los! Esse é o papel de compartilhar uma visão empresarial semelhante! Assim, ambos terão a confiança de que, mesmo quando o outro estiver ausente, a decisão tomada convergirá para o mesmo rumo. Não estamos falando em identidade total, na qual seu sócio tomaria exatamente a mesma decisão! Estamos falando de um denominador comum razoável!
Nada impede o sucesso de um novo empreendimento quanto ter parceiros de negócios que trabalham com objetivos opostos. Por essa razão, é crucial o acordo de ambos em relação aos objetivos do outro: tanto em relação às propostas e valores de curto prazo quanto à compreensão dos rumos de longo prazo, que definirão a intervenção positiva que a empresa fará na vida dos clientes.
Dica: pergunte a seu sócio, “você está neste ramo por causa do aquecimento do mercado de cursos de língua ou por que se interessa na área? Quer uma gestão baseada nos lucros ou nos alunos?”.
As expectativas financeiras devem ser bem discutidas desde o primeiro momento
Nada atrapalha mais uma relação de parceria de negócios quanto as brigas devido a assuntos financeiros. Vocês podem discordar de uma contratação, de uma campanha de marketing, de uma mudança de infraestrutura, mas nada abalará mais a relação como um sócio acreditar que o outro está tirando vantagens financeiras dele.
É tentador, ao iniciar um novo empreendimento, ignorar algumas das conversas difíceis, pois você quer pensar sempre pelo lado positivo para manter a empolgação. Assim, surgirá o errôneo pensamento: ainda nem sabemos se teremos lucro, pra que, afinal, pensar em dinheiro e divisão de dividendos?
Então, não caia em tentação de acreditar que a lógica automática dos 50%-50% funcionará! Jamais! Primeiramente, ambos devem saber quanto capital estão investindo, qual é a margem de lucro esperada e para quando espera o retorno. Às vezes, um sócio está preferindo crescimento rápido, mas inseguro, enquanto o outro aceita uma lucratividade inicial menor em troca de estabilidade.
Vocês devem alinhar as expectativas financeiras e, neste caso, sem nenhuma dúvida, o consenso deverá ser TOTAL. Qualquer discordância futura – por menor que pareça no momento – poderá causar o fim da sociedade!
Dica: neste caso, por mais que um fique mais responsável pelas finanças, é essencial que AMBOS tenham acesso aos dados e saibam tudo. Evite – e não seja – aquela sócia que diz: “ai, não encha minha cabeça com números”.
Estabeleça um relacionamento baseado na transparência, respeito e compreensão
Esses são os três pilares do relacionamento interpessoal entre os sócios. Vocês podem se odiar, mas deverão mantê-los. Frequentemente, as pessoas não sabem separar o pessoal do profissional e isso gera diversos problemas!
Por exemplo, por uma rixa e um picuinha, você deixará de ajudar seu sócio em uma tarefa delegada somente a ele. Ele está tendo dificuldades e, provavelmente, falhará. Ao perceber isso, seja cooperativo, vá lá e ajude-o a corrigir rumos. Afinal, quem perde produtividade e capital com a falha é a empresa, e não cada um de vocês individualmente. Deixe o ego de lado, é melhor prevenir do que dizer, depois, “eu avisei”.
Além disso, invista também na transparência. Para qualquer relação dar certo, é necessária a previsibilidade, ou seja, não importando a situação – por mais atípica – você saberá o que esperar do comportamento do sócio. A transparência é o meio necessário para que brote a segurança! Não haja pelas costas do seu sócio, mesmo acreditando, de boa-fé, que isso será melhor para ele e para a empresa!
Dica: criem uma estratégia de gestão de conflitos na qual vocês estabelecem o que não aceitarão ouvir um do outro, da melhor forma de abordar assuntos delicados, etc. Com uma estratégia clara e escrita, você poderá falar para o outro que ele não está agindo da forma combinada!
A sociedade empresarial, ao contrário de outros modelos de negócio, exige uma interação muito grande entre as partes para que haja sucesso! Portanto, não trate esse assunto como secundário, algo a ser resolvido com o tempo. Tudo deve fluir da melhor forma desde o início! Pense na sociedade como pensa em seu corpo: você quer seu pulmão discutindo com o coração? Certamente, não!
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