As turmas podem ser inúmeras e os níveis de conhecimento e avanço podem variar bastante entre elas e também entre os alunos. Mas o ponto em comum entre uma e outra é sempre o mesmo: o bloqueio de aprendizado, que impede o estudante de avançar no estudo do idioma.

Esse bloqueio costuma surgir a partir de uma enorme cobrança pessoal, em geral, relacionada à conversação e à interação com outras pessoas: a pessoa simplesmente se sente envergonhada de se expressar em outro idioma, seja por medo de falar errado ou de não conseguir ser entendida. Isso inibe a capacidade de desenvolvimento do aluno e acaba prejudicando a aprendizagem.

Cabe ao professor, portanto, identificar essa dificuldade e ajudar o estudante a superar esse obstáculo. O método de ensino, provavelmente ineficaz naquele momento, deve ser revisto. O ideal é fazer com que aquele aluno insira o inglês naturalmente em sua rotina, sem que ele mesmo perceba isso. Assim, o problema será superado de forma natural.

Não sabe como fazer isso? A solução pode ser mais simples do que você imagina. A seguir, sugerimos 6 dicas que poderão lhe ajudar nesta empreitada:

1. Faça com que a conversação da turma flua de maneira natural e não mecânica

É importante que a conversação transcorra naturalmente em sala de aula para que todos se sintam à vontade para falar sempre que quiserem ou tiverem algo a dizer. Incentive isso. Tenha uma abordagem que foque na comunicação e ensine a prática da língua em situações reais, assim como foi quando os alunos aprenderam a língua materna.

Quanto mais mecânica for a aula — o professor fala; os alunos escutam; o professor pergunta para o fulano; o fulano responde; o professor pede a opinião do sicrano; o sicrano se manifesta — mais acanhados seus alunos irão se sentir.

2. Aproveite os momentos de diversão para dar fim ao bloqueio de aprendizado

O impulso das pessoas é sempre falar em português primeiro. Principalmente quando sai uma piadinha ou um gracejo que só aquele momento permite. Neste caso, aproveite a ocasião.

Esqueça a didática e o conteúdo fixo a ser seguido e incentive a continuidade daquele papo. Primeiro, sugira a tentativa de dizer aquilo em inglês. Se os alunos não souberem, ensine, fale, escreva no quadro, peça que repitam. Depois, motive que continuem falando. Isso ajuda a conversação a sair de forma natural, mesmo que os alunos nem percebam.

Mais uma vez: ensine a língua em situações reais e, principalmente, quando os alunos estiverem despreparados.

3. Incentive os alunos a praticarem diariamente, o tempo inteiro

O aprendizado definitivo do inglês acontece quando ele passa a fazer parte da vida da pessoa. Por isso, motive seus alunos a praticarem fora da sala de aula também. Não precisam ser longas horas todo dia e nem ter um horário certo para isso: o importante é fazer com que eles passem a raciocinar em inglês.

Incentive-os a manter diálogos mentais consigo mesmo no lugar em que estiverem — no carro, em uma fila, no supermercado —, mesmo que falem errado ou não saibam dizer tudo o que querem. Eles podem, por exemplo, descreverem para si a roupa das pessoas que estão por perto, o que elas estão fazendo, os lugares onde eles precisam ir e etc.

O que importa é que isso os incentive a buscar outras formas de dizer o que querem e faz com que o novo idioma vá se tornando mais familiar e fácil para quando uma situação real acontecer, por exemplo.

4. Motive os estudantes a lerem tudo o que puderem, e sempre em voz alta

Assim como se incentiva um aluno de Letras e de Jornalismo a ler muito, o tempo todo e tudo o que encontrar pela frente para que aprenda o português correto, o mesmo deve ser feito com o aluno que estuda inglês.

Incentive-o a ler, não importa o que seja. E mais: em voz alta. Isso ajuda o aluno em dois pontos: no vocabulário e na pronúncia. Quando ele fala em voz alta, vai se acostumando a ouvir a própria voz falando outro idioma sem achar estranho.

5. Use músicas estrangeiras com tradução nas aulas

Outra boa maneira de treinar o vocabulário, a pronúncia e, especialmente, o ouvido dos alunos em inglês, é com música: use os vídeos com legenda em inglês do Youtube ou, então, coloque a música no rádio mesmo e distribua a letra (em inglês e português) em papéis, para que os alunos possam praticar e entender o que está sendo dito.

Procure escolher músicas que os alunos gostem e não apenas as da moda. Afinal, de nada adianta eles aprenderem os detalhes de uma canção que não voltarão a ouvir ou o farão muito pouco.

6. Ajude seus alunos a criarem mapas mentais com as principais expressões de sobrevivência em inglês

Essa é uma regra de ouro de todos os que estão se preparando para imersão em uma língua nova em outro país: treinar até saber na ponta da língua as expressões e frases de sobrevivência para ajudar nos momentos em que não souberem se comunicar.

Exemplos:

  • Can you repeat, please? / Você pode repetir, por favor?;
  • What does that mean? / O que isso significa?;
  • How do you say (X) in English? / Como se diz determinada palavra em inglês?.

O mesmo pode ser treinado com seus alunos e, aos poucos, ir dificultando e partindo para frases mais complexas. Uma das formas de fazer isso é por meio de pequenos mapas mentais.

Comece fazendo-os praticar com frases curtas que contam um pouco sobre eles, sua vida, o que fazem, como em uma espécie de apresentação sobre si mesmo. Aos poucos, eles vão se acostumando com esse método de praticar o inglês e estarão preparados para continuarem o processo com mais dificuldade.

Antes de optar por qualquer dessas técnicas, o importante é que o professor perceba que o bloqueio de aprendizado é, na verdade, um mero entrave que os próprios alunos criam para si mesmo, sem perceber. Então, esteja atento ao desenvolvimento de seus alunos e, se reparar algo neste sentido, ligue o sinal de alerta: está na hora de rever a metodologia e mudar o rumo da aula pelo tempo que for preciso.

E você, já praticou outros métodos que foram infalíveis com seus alunos? Comente no post contando sobre essa sua experiência!